Clube Nacional de Ginástica
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2006-07-23 - ESTÁGIO INTERNACIONAL DE PENICHE


 
Caros Amigos,
 
Esta semana esteve entre nós o mais que conhecido Antoine Vermeulen Sensei, desta vez para ministrar um Estágio Internacional, em Peniche. Escrever sobre este excepcional Professor é difícil, pois que já se disse quase tudo o que havia para dizer sobre os seus conhecimentos, a sua pedagogia, a sua actuação, a sua proximidade, a sua simpatia, a sua disponibilidade... Repeti-lo parece-me, no mínimo, enfadonho, embora fosse mais do que justo. Como tive ocasião de reler o que, por várias vezes, sobre ele escrevi nesta coluna, verifiquei que o que lá está pode ser re-escrito (com as óbvias adaptações referentes aos eventos a que se refere), sem que se perca a actualidade e se falte à verdade.
 
De facto, Vermeulen Sensei voltou a surpreender todos os quase sessenta Praticantes que estiveram presentes. E este número só não foi maior, porque, por muitos, as férias já tinham sido marcadas, porque a crise está presente e atinge todos sem excepção, porque alguns não conseguiram a necessária disponibilidade profissional. No entanto, Praticantes houve que vieram de longe para estarem presentes nas sessões da manhã e, à hora do almoço, regressaram à origem para trabalhar. Outros, estiveram somente no sábado e no domingo porque, durante a semana, lhes foi completamente impossível estar. Mesmo assim, não quizeram deixar de estar presentes, pelo menos, em duas sessões. E, o que foi óptimo, é que este entusiasmo sentiu-se... E o Sensei também o sentiu... E sei que gostou...
 
Verifiquei, com muito agrado, que estiveram presentes alguns Praticantes portugueses que não fazem parte da "ACPA", quer por estarem integrados noutras Escolas ou organizações, quer por estarem temporariamente afastados da regular prática nos dojos. Igualmente, reparei que a delegação dos Praticantes belgas "enturmou", fácil e naturalmente, com os portugueses, quer em termos técnicos, quer no aspecto humano do convívio. Em todos vi uma descontracção, uma boa disposição, uma inter-ajuda, uma colaboração como há muito não via e hoje raramente se vê... Se isto não é o verdadeiro "Espírito de Aikido", não sei o que é que será...
 
Curiosamente, não posso deixar de salientar o caso de um turista do País de Gales, Shodan, que, vendo publicidade local ao Estágio, perguntou se podia assistir. Não só assistiu, como praticou... Alguém lhe confiou um keikogi e um hakama, que tinha de reserva... Ele nem queria acreditar... Isto só em Portugal... No seu melhor...
 
Mas, nada aparece feito... Tudo se deveu à impecável organização da Direcção da "ACPA" no seu conjunto mas, principal e nomeadamente, à acção do seu Presidente, quer em termos da sua acção directa, quer pela coordenação da sua equipa. Esta referência ao Nelson Capote não é somente formal, mas é mais do que justa e, nestas ocasiões, "a César o que é de César". Nas últimas semanas não parou, numa loucura de quilómetros e de trabalho vis´vel e invisível... E o resultado foi perfeito... Não sou só eu que o digo... Não encontrei uma só pessoa, portuguesa ou belga, que não fosse desta opinião... Que a sua dedicação sirva de exemplo a muito boa gente, pela plena demonstração do que é servir uma causa sem olhar às "despesas", muitas vezes "vestir a camisola" com prejuízo dos interesses pessoais e familiares. Bem haja, cá do fundo...
 
Igualmente, uma grande palavra de gratidão e de agradecimento à Câmara Municipal de Peniche pelo seu enorme apoio e total disponibilidade do seu Presidente, Vice-Presidente e demais Vereação, sem o que não se poderia ter conseguido o que se conseguiu. Uma palavra também aos outros Patrocinadores, sem os quais este Estágio não teria sido viável.
 
Se nos queremos afirmar, se pretendemos trilhar caminhos novos, se optamos (ou já optámos...) por uma diferente maneira de estar no Aikido e na vida, não há outra maneira de fazer as coisas... É com perseverança, paciência, constância, que teremos de praticar, é com redobrada atenção que teremos de estar, é, em suma, com honestidade intelectual que teremos de interagir, sem deixar que os pormenores se nos escapem, ajudando os nossos parceiros de treino a evoluir, estando permanentemente atentos aos detalhes para que fomos alertados, aplicando os princípios e os conceitos que nos foram transmitidos por este Professor de grande gabarito. Teremos de transmitir aos que não estiveram presentes, os conhecimentos, os pormenores, o método e as sensações que tivemos neste Estágio. Só assim contribuiremos, de um modo efectivo, para a evolução que desejamos, em nós e nos outros, ultrapassando rotinas, pesquizando novos caminhos, interiorizando procedimentos, sentindo as evoluções, partilhando, sem reservas nem segredos, sem objectivos inconfessáveis de predominância, de espírito aberto e com total honestidade intelectual.
 
Pelas portas que (mais uma vez...) abriu, pela união que gerou, pela alegria que transmitiu, pelo gozo que deu, este Estágio foi excepcional... Como não há dúvida de que este é o caminho, espero que todos nos transformemos em divulgadores desta Arte que praticamos, permitindo que outros partilhem tudo isto connosco. Como se calcula, já estão na forja novas iniciativas, na linha do que esteve na origem do aparecimento da nossa Associação. Se, em Peniche, ter lá estado valeu mesmo a pena, depois de um Agosto de descanso, voltaremos em Setembro, ainda mais motivados.
 
Todos contamos com todos...
 
Francisco Leotte

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2006-07-01 - ENCONTRO TÉCNICO EM FÁTIMA

 
Caros Amigos,
 
Mais um Encontro Técnico foi realizado, conforme a programação de eventos da nossa "ACPA, Associação Cultural Portuguesa de Aikido". Desta vez foi no dojo de Fátima, da responsabilidade do António Vieira.
 
Cada vez que visito este dojo, fico encantado... É o tipo de dojo que eu gostaria de ter, onde gostaria de praticar, onde gostaria de transmitir... Tudo é perfeito, desde a luz à decoração, da música aos cheiros... Tem aquele carácter intimista dos espaços que significam algo, transmite aquela tranquilidade das coisas orientais, envolve-nos numa atmosfera de recolhimento propícia ao divagar do pensamento, à meditação, ao misticismo e à aprendizagem, é um local em que não faz sentido elevar a voz, pois dá prazer "estar"... Simples e silenciosamente "estar"...
 
Pois, foi neste "templo" que teve lugar o tal Encontro Técnico. Esteve presente o número ideal de pessoas. Nem muitas, nem poucas. Somente as necessárias e as que deveríam estar, pela sua seriedade intelectual e anímica, pelo seu cometimento à causa do Aikido. Se, por motivos alheios às suas vontades, faltaram algumas que também partilham das mesmas convicções, todos nós sentimos certamente a sua falta e só nos resta esperar que estejam presentes na próxima.
 
Se o ambiente foi fantástico, com muita participação, alegria e seriedade, a organização foi (mais do que...) impecável, dentro daquilo a que o António Vieira já nos habituou noutras vezes... Todos lhe devemos agradecer o nos ter proporcionado este prazer...
 
Vale a pena lembrar aqui que, dentro de 20 dias, terá lugar, em Peniche, o "Estágio Internacional de Verão", ministrado pelo Antoine Vermeulen Sensei. Este irá ser, sem qualquer dúvida, um grande momento de Aikido. Se as pessoas são as mesmas e o Professor é, reconhecidamente, "aquela máquina", não estou a ver porque não. Lá nos encontraremos.
 
De certeza, voltaremos a ter prazer em praticar Aikido...
 
Francisco Leotte

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2006-06-25 - SARÁU DO REAL SPORT CLUBE

 
Caros Amigos,
 
A nossa "ACPA, Associação Cultural Portuguesa de Aikido" foi convidada a integrar o Saráu anual do "Real Sport Clube", em Queluz. Tratava-se de mais uma oportunidade de publicitar o Aikido junto de uma população que leva muito a sério as actividades das suas colectividades. Por isso, organizou-se uma demonstração que mostrasse as potencialidades do Aikido, enquanto Arte Marcial, enquanto actividade formativa e enquanto exercício físico.
 
Não me fica bem, dado que fui um dos intervenientes, opinar se os objectivos foram (ou não) alcançados. Pela reacção dos espectadores, mais do que pela minha sensibilidade e pelas observações feitas, parece que, pelo menos, agradou a alguns... Se desta acção resultar a adesão de "um" Praticante, já a acção valeu a pena...
 
Compete-nos a todos, os mais ou os menos graduados, pugnarmos pela difusão do Aikido em todas as oportunidades que surgirem. Bem hajam aqueles que partilham desta atitude e que se esforçam para que o Aikido fique mais conhecido. Mas, os que, da sua missão, têem uma visão reduzida, os que preferem não fazer acontecer o que quer que seja, os que se viram para si próprios e acham que são muito "bons" para se exporem ao mundo, cometendo erros e correndo riscos de serem criticados, esses não são os verdadeiros Aikidocas... Esses são simplesmente os que perdem o seu tempo e as suas energias a olhar, muito atentamente, para o umbigo, os que pretendem estar na primeira fila porque se acham importantes demais para actividades tão comesinhas como divulgar, junto dos outros, a Arte que praticam, os que não contribuem para a sua expansão nas comunidades em que se inserem, os que, egoisticamente, se servem do Aikido, em vez se o servirem.
 
Que "servir" é a nossa missão, não tenho dúvidas... Que estou (estamos...) numa pequena organização cujos gestores, colaboradores e associados partilham este tipo de convicções, também não tenho dúvidas... Espero (acredito...) que a mensagem vá passando e seja aceite, para que amanhã, na próxima época, no futuro, sejamos mais a termos prazer em praticar Aikido.
 
Também aí não tenho dúvidas.
 
Francisco Leotte

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2006-06-11 - ENCONTRO TÉCNICO NA BELA VISTA"

 
Caros Amigos,
 
A nossa "ACPA, Associação Cultural Portuguesa de Aikido" está imparável... Desta vez foi a organização de um Encontro Técnico na "SRBBV, Sociedade Recreativa do Bairro da Bela Vista", perto da Caparica, especialmente dedicado a "Jo" e a "Bokken". O seu responsável foi o Instrutor Agostinho Vaz, que repartiu a manhã em duas sessões de 1h30m cada.
 
Esteve presente muita gente, interessada e atenta. De facto, não é muito frequente um Encontro Técnico ser unicamente preenchido com o estudo do manejo de armas, pois que, erradamente, estas disciplinas são tidas com subsidiárias do "verdadeiro" Aikido, sendo sistematicamente relegadas para um plano secundário.
 
Pois, desta vez, estiveram em primeiro plano e com o agrado de todos. O Agostinho Vaz Sensei é um Instrutor meticuloso, sempre com um grande sentido pedagógico na sistematização conceptual e no rigor técnico. Isso foi sentido (e apreciado, diga-se...) por todos os que se deslocaram a este dojo, que está renascendo após um período algo complicado. Os presentes tiveram ocasião de compreender a sistematização do estudo do manejo das armas, de ver as diferenças entre elas, de compreender as razões de determinados movimentos, de se aperceberem da sua influência nas técnicas sem armas de Aikido.
 
Espero que este tipo de realizações se repita brevemente. Mais... Que se repita regularmente, pois imediatamente se notou o interesse acrescido de todos pelas relações entre as técnicas com e sem armas, dando lugar a pesquizas e a descobertas... Não é só copiando que se aprende... É também experimentando, compartilhando e errando... Mas também sendo esclarecido e corrigido, isto é, sendo conduzido, por quem saiba, no caminho correcto.
 
É isso que se está a fazer... É para isso que a "ACPA" existe...
 
Francisco Leotte

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2006-06-03 - SARÁU ANUAL DO "C. N. G."

 
Caros Amigos,
 
Realizou-se, como é habitual, o Saráu anual do nosso "CNG". O Aikido esteve, mais uma vez, presente, desta vez com um esquema de apresentação totalmente diferente.
 
Desde há vários anos que utilizo a expressão "Espírito do CNG" para referir o resultado da união que se faz sentir entre os Praticantes do nosso Clube, sejam eles de que modalidade forem. De facto, é para mim gratificante sentir, todos os dias, o brotar do gosto (poderia dizer: orgulho) de pertencer a uma Instituição do tipo da do "CNG", um clube local no qual se praticam inúmeras modalidades, algumas com características completamente diferentes das outras suas parceiras, por vezes até opostas entre si. É curioso observar como o Ballet ou a Ginástica são sentidos da mesmo maneira como o Judo, o Karate-do ou o Aikido, como o Tiro ao Arco, a Natação ou o Ténis ombreiam com o Andebol e a Musculação, partilhando desse interesse e desse entusiasmo, todos construindo, dia após dia, o tal "Espírito de Corpo", sempre presente nesta Instituição.
 
Pois, é no Saráu que isto melhor se sente e se vive. Se os responsáveis da Direcção e dos Serviços Administrativos contribuem para isso, se os Intrutores também têem a sua quota parte nessa "culpa", são, no entanto e em última análise, os Sócios Praticantes que materializam a expressão desse sentimento individual e colectivo.
 
Escrevo estas reflexões porque, este ano, os Praticantes da Classe de Aikido se excederam. Não é possível descrever o que se passou nas semanas que antecederam o Saráu, o interesse em contribuir com novas ideias para o esquema a escolher, os esforços desenvolvidos na definição do "grosso" da apresentação, a preocupação na organização do "fino" dos pomenores. Foi tudo ideia dos Praticantes, foi tudo organizado por eles... Eu fui simplesmente o "maestro" da "orquestra", o que ficou com a responsabilidade de ser o "ponto" para marcar o ritmo das entradas. Adorei...
 
Não sei se o público gostou mais ou menos... Só sei que os "meus" Praticantes gostaram...
 
Mais que não seja, só por isso, vale a pena ser Instrutor de Aikido no "CNG"...
 
Francisco Leotte

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2006-05-20 - ENCONTRO TÉCNICO NAS SETE CASAS

 
Caros Amigos,
 
Mais um Encontro Técnico organizado pela nossa "ACPA, Associação Cultural Portuguesa de Aikido", desta vez no "Ginásio Corpos", nas Sete Casas (Loures). O Instrutor responsável por este evento foi o Rogério Marques da Silva, bem conhecido de todos os Praticantes pelo seu rigor técnico e pelo desenvolvido sentido pedagógico.
 
Pois, mais uma vez, não deixou os seus créditos por mãos alheias e fomos brindados com uma hora e meia de Aikido, de um bom Aikido, de um agradável Aikido, de um alegre Aikido. Não se pense que estou exagerando na minha apreciação do que se passou no dojo; não, não estou exagerando... Foi realmente isso tudo: foi um bom, um agradável e um alegre Aikido, o que foi praticado nas Sete Casas.
 
Bom, porque foram, mais uma vez, referidas as características que devem estar presentes num treino individual, o que nós todos temos que nos preocupar quando treinamos, os pormenores e as suas razões... Agradável, porque o tempo se passou e "soube a pouco", porque ninguém se apercebeu que tinha passado mais de uma hora e meia quando o Instrutor terminou... Alegre, porque o ambiente foi fantástico, porque todos ajudaram todos, porque todos tínhamos um sorriso estampado na cara, durante e após o treino, porque a concentração não apagou a boa disposição, porque as imagens e os exemplos apresentados pelo Instrutor nos fizeram compreender as razões dos pequenos detalhes, esses que fazem a diferença na compreensão do Aikido...
 
Oxalá haja ocasião para mais momentos como este. É com este tipo de relacionamento que se constrói a Via, o Caminho do Aikido. É com este tipo de Instrutores que o Aikido deve ser aprendido e interiorizado. É com este tipo de encontros que se prova a "bondade" da mensagem do Aikido. Estamos todos de parabéns, os Praticantes, os Instrutores e a Associação.
 
Mas, especialmente o Rogério...
 
Francisco Leotte

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2006-05-13 - YUDANSHAKAI EM QUELUZ

 
Caros Amigos,
 
Pela primeira vez, promovido e organizado pela nossa "ACPA, Associação Cultural Portuguesa de Aikido", realizou-se, no dojo amavelmente cedido pela "Shotokai" de Queluz, um encontro especialmente destinado a detentores de cintos negro e castanho, com e sem responsabilidades de ensino. Este evento foi conduzido tecnicamente pelo José Azevedo e Silva Sensei e contou com a presença de cerca de uma dúzia de Instrutores, Monitores e Praticantes.
 
Estas realizações têm como objectivo o desenvolvimento técnico dos Yudansha, nomeadamente dos que têm funções de ensino. Deste modo, pretende-se a consolidação dos conceitos e dos pormenores técnicos que são recebidos nos estágios internacionais ministrados pelos Professores estrangeiros, de forma a permitir que esses ensinamentos sejam difundidos, de um modo consistente, pelos Praticantes de todos os níveis, nos vários dojos.
 
Por outro lado, visam também a obtenção de uma uniformidade dos critérios na transmissão e um desenvolvimento técnico comum, que permitam uma melhoria constante e harmónica na prática do Aikido, no seio dos Praticantes associados. Desta forma, pretende-se que, nos futuros e sucessivos estágios internacionais, não nos sejam sempre apontados os mesmos defeitos técnicos e que eles não se transformem numa mera repetição das correcções anteriormente transmitidas (e não interiorizadas...). Pretende-se, desta forma, começar a trilhar um caminho seguro para a evolução técnica e espiritual de todos os Aikidocas aderentes.
 
A "ACPA" está, deste modo, a cumprir os objectivos que determinaram o seu aparecimento há cerca de meio ano. Desde que os responsáveis por estas iniciativas começaram a construir os fundamentos da nossa Associação, tem-se assistido à multiplicação de eventos destinados à obtenção de uma melhoria do Aikido praticado pelos nossos Associados, quer no que toca às bases técnicas da execução, mas também ao espírito que deve presidir à maneira de "estar", dentro e fora do tapete.
 
Com a ajuda e a participação de todos, certamente se alcançará o que se sonhou...
 
Francisco Leotte

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2006-04-10 - UMA SEMANA DIFERENTE

 
Caros Amigos,
 
Quando surgem as oportunidades, há que as agarrar... E assim foi, esta semana. Passo a explicar.
 
Neste fim de semana estava prevista a realização, em Carcavelos, de um encontro, ao mais alto nível, dos dirigentes da Federação Europeia de Aikido. Este encontro era a Assembleia Geral que se reúne uma vez por ano, normalmente sempre num país diferente. Portugal, pela sua Federação nacional, já tinha tido ocasião de organizar um destes eventos, em 1995 e, este ano, voltou a ser o seu anfitrião. Estaríam, pois, em Carcavelos, mesmo aqui ao pé da porta, muitos dos responsáveis de mais de uma dúzia de Federações, vestindo as roupagens de dirigentes federativos dos seus respectivos países. Entre eles estaríam alguns amigos mais significativos. Apressei-me a contactá-los, sugerindo que nos encontrassemos, em cima ou, à falta de melhor, fora do tapete. Nem esperaram pelo convite... Disseram logo que gostaríam de conhecer o "nosso" CNG e outros dojos da região... E, se possível, treinar neles, comnosco...
 
Claro que fiquei encantado pela hipótese de proporcionar aos nossos Praticantes (e a mim próprio) mais uns contactos com a elite do Aikido europeu e de ter a oportunidade de, todos, aprendermos com eles, num ambiente que já se adivinhava descontraído e informal. E assim sucedeu...
 
Na segunda-feira, dia 3, a aula do CNG foi ministrada (magistralmente, diga-se...) pelo Jean Burnay Sensei, 6º Dan, ajudado pela sua Instrutora Marie Jeanne Sensei, 4º Dan. Foi um regalo... A sua figura imponente, as suas explicações detalhadas, a sua alegria na transmissão, o seu rigor técnico serão certamente coisas que os nossos Praticantes não esquecerão tão cedo.
 
Na terça-feira, Burnay Sensei e Marie Jeanne Sensei repetiram a dose no Ginásio Corpos, em Sete Casas, estando também presente um Instrutor suíço, o Harry Liengme Sensei. Foi muito bom. Os Praticantes desse dojo (e também alguns do CNG) tiveram ocasião de treinar descontraidamente com estes Professores, aprender novos pormenores, aperceber-se das diferentes maneiras de encarar o Aikido, enfim, evoluir pelo contacto com Sensei's experimentados e sabedores.
 
Na quarta-feira, mais uma aula no CNG com a presença do Harry Liengme Sensei, que teve ocasião de reforçar os conceitos dos dias anteriores, tendo sido muito apreciado por todos os presentes.
 
Na sexta-feira, foi a cereja do bolo... Antoine Vermeulen Sensei, o já nosso muito conhecido grande comunicador do Aikido, deu uma aula à altura das que nos habituou. Um espanto, pela técnica, pela clareza, pelo conhecimento individual dos nossos Praticantes, pela descontacção, pela alegria. É, realmente um grande Professor. Esteve também mais uma vez presente o Harry Liengme Sensei, completamente "enturmado" nos "nossos"... Bonito de se ver, emocionante de se sentir...
 
Na segunda-feira, dia 10, mais uma surpresa, embora esta sem o impacto das outras. Esteve presente no nosso treino um Praticante chinês, de Macau, o Eugénio Constantino, que está presentemente sedeado em Londres por motivos académicos e que tinha vindo passar uns dias de férias a Portugal. Tive ocasião de o conhecer no Japão, aquando das Assembleias Gerais da IAF, em 1996 e em 2004, pois que integrou as delegações daquele território a essas Assembleias. Foi também proveitoso (e, neste caso, curioso...) verificar como o Aikido é universal e que nós, aqui em Portugal, não somos assim tão diferentes dos outros Praticantes do mundo...
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Foi uma grande semana, uma semana muito conseguida e apreciada por todos, portugueses e estrangeiros, Praticantes e Instrutores. E por mim também...
 
Foi, realmente, uma "boa" semana diferente...
 
Francisco Leotte

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2006-03-19- ENCONTRO TÉCNICO NA BAIXA DA BANHEIRA

 
Caros Amigos,
 
Neste último domingo realizou-se mais um Encontro Técnico promovido pela nossa "ACPA, Associação Cultural Portuguesa de Aikido" e dirigido pelo Agostinho Vaz, desta vez no dojo da Baixa da Banheira, cujo responsável é o José Fontes. Este Instrutor residente, para quem o não conhece, é um dos mais entusiastas professores de Aikido que conheço, com o dom de transmitir essa característica aos seus Praticantes.
 
Estiveram presentes Praticantes do "nosso" CNG, assim como de outros dojos da ACPA, já habituados a estas manifestações de verdadeiro "espírito de Aikido", com a solidariedade que o caracteriza. É sempre reconfortante verificar que os Praticantes mais novos estão presentes, cada vez em maior número, nestes encontros, mesmo quando eles se realizam em locais relativamente afastados das suas residências, obrigando a combinações, com quem tem transporte próprio, das "boleias" necessárias para lá chegarem. Começam, desta maneira, a conhecer-se, a relacionar-se, a criar amizade com os outros Aikidocas afastados dos seus núcleos de origem. Estão, em consequência, a "praticar Aikido", no sentido mais nobre da expressão. Estão, deste modo, a percorrer o caminho da cidadania e a contribuir para que não seja vã a expressão de O Sensei "A Arte da Paz".
 
Uma palavra muito especial para o José Fontes e para os Praticantes do dojo. Como acima referi, o entusiasmo é enorme, dados os esforços para manter e desenvolver esta modalidade, numas instalações que, no mínimo, põem problemas à continuidade da prática de qualquer Arte Marcial. Embora esteja prevista, num futuro próximo, a mudança para um espaço mais apelativo, as actuais condições são um pouco precárias. É, realmente, necessário um amor muito forte ao Aikido para se conseguir manter (e de que maneira...) a chama desse entusiasmo.
 
Se e quando houver possibilidade de os apoiar, estarei, de certeza, na primeira linha...
 
Francisco Leotte

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2006-03-05 - ESTÁGIO NO TEN CHI DOJO COM CHRISTIAN TISSIER SHIHAN

 
Caros Amigos,
 
Não é a primeira vez que vou ao "Ten Chi Dojo", em Sintra, para assistir ou participar nos eventos internacionais que lá se organizam. Durante anos, no que dizia respeito aos integrados na "Federação Portuguesa de Aikido", foi praticamente considerado um verdadeiro sacrilégio pensar sequer em estar presente em realizações deste género... Quando o bom senso começou a vir ao de cima, alguns Praticantes começaram, timidamente, a ir ver e, depois, a participar. Verificaram que, quando então começaram a analizar o que se lhes deparava, o que lá se praticava era um esplêndido Aikido semelhante ao que estavam habituados, que os Aikidokas locais eram uns "seres normais" iguais a eles, que a disciplina e o entusiasmo eram os mesmos que sempre tinham defendido e sentido, enfim, que não se via uma tão grande diferença que justificasse esse afastamento e que este só se compreendia por critérios comerciais de exclusividade...
 
Com esta mudança gradual, verifica-se então um crescendo no intercâmbio entre Praticantes, agora que algumas das Organizações desde sempre ligadas ao "Ten Chi" já entraram na "Federação", com estatuto de pleno direito, colaborando activamente, em pé de perfeita igualdade com os "antigos" Federados. Este princípio de diálogo determinou aberturas, sobre as quais tenho falado noutros comentários. No entanto, essas são contas de outro rosário... Certamente, no futuro, voltarei a esse tema...
 
Mas, o que importa, aqui e agora, é publicitar o espantoso momento de Aikido que aconteceu em Sintra aquando da vinda a Portugal de Christian Tissier Shihan, 7º Dan Aikikai, hoje considerado na Europa como o mais importante Mestre ligado ao "Aikikai Honbu Dojo", pela quantidade de Praticantes existentes sob a sua bandeira. De facto, em França, a "sua" Federação é a que detêm o maior número de filiados e, o que é mais importante ainda, a que apresenta a maior taxa de crescimento, num país que, no conjunto de todos os estilos, tendências ou escolas, tem, como é sabido, uma das maiores populações aikidokas do mundo, se não a maior.
 
Pois, o Mestre justificou a fama... Não foi a primeira vez que o vi ao vivo, dado que já tinha presenciado em Tóquio, durante o último Congresso da "International Aikido Federation", uma daquelas demonstrações espectaculares a que nos habituou, semelhante às que se vêem na televisão, nos festivais de Bercy. Tocou-me o método de ensino, o rigor dos conceitos, a exactidão dos movimentos. Deambulou pelo tapete e corrigiu o que tinha a corrigir, com uma simpatia, uma alegria, uma simplicidade a que não estamos habituados com os Professores daquele gabarito, de origem oriental. Se é verdadeiramente um europeu no contacto pessoal, na sistematização e teorização dos conceitos, é, sem dúvida, um japonês no conhecimento das razões e no rigor das técnicas.
 
O dojo estava à cunha, o convívio foi muito bom. Parabéns à organização. Foi pena não haver um maior espaço para um melhor e mais descontraído treino, no sentido puramente físico. Estive sempre com o "credo na boca", não fosse um vizinho caír em cima de mim, estragando o que ainda não está completamente recuperado. No entanto, deu para ver que estavam lá Praticantes de quase todas as tendências. Não os contei, mas deveríam estar muito para cima das cento e cinquenta pessoas. Notei, no entanto, que primaram pela ausência muitas que lá deveríam estar, numa ocasião única como esta. Mais que não fosse para tentarem "ver" e "sentir" uma forma um pouco diferente de "ler" o Aikido, já que parece que alguns continuam a julgar que já sabem tudo...
 
Foi uma honra o ter estado presente, um prazer o ter tido ocasião de treinar e uma satisfação o me terem feito descobrir muitos pormenores (agora óbvios...). Só foi pena ter sido tão pouco tempo...
 
 
Francisco Leotte

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2006- 02-22 - BOLETIM DO "C. N. G. (FEVEREIRO DE 2006)" - ENTREVISTA

 
Francisco Leotte (1946) tem um curriculum diversificado, quer em termos académicos e profissionais, quer em termos desportivos. Tendo frequentado o Curso de Direito e terminado o Curso Geral de Piano do "Conservatório Nacional de Lisboa", licenciou-se em Organização e Gestão de Empresas no "ISCTE" ("Universidade Nova de Lisboa") e frequentou, nos Estados Unidos, um curso de management ("U. S. Army Training Agency") e outro de produção industrial na área da biologia marinha ("University of Texas at Austin"). Profissionalmente, trabalha nas áreas administrativa e financeira, em Portugal e no estrangeiro. No campo desportivo praticou, desde muito novo, várias modalidades, nomeadamente Judo e Karate. Dedicou-se posteriormente ao Aikido, modalidade de que é responsável no "C.N.G." desde 1996. Os seus "hobbies" são a Família, a música, a leitura e, claro, o Aikido.
 
Tem uma actividade desportiva muito diversificada com passagem por outras modalidades nomeadamente dentro da área das Artes Marciais. Qual o percurso até ao Aikido e quais as qualificações nesta modalidade?
 
Pratiquei várias modalidades desportivas fora desta área, desde o Atletismo ao Voleibol, passando por modalidades como o Karting, o Motociclismo e o Mergulho Amador, tendo nalgumas delas participado em competições. Também tomei parte em alguns raids de todo-o-terreno, quer em Portugal, quer em África. Dentro da área das Artes Marciais, comecei, nos anos 50, a praticar Judo (tendo entrado em competições) e, mais tarde, Karate-do. A partir de 1980 e por razões pessoais, dediquei-me ao Aikido, tendo, em 1994, terminado o "Curso de Monitor Nacional de Aikido", ministrado pela "FPAA, Federação Portuguesa de Aikido-Aikikai". No ano seguinte fiz o "Curso de Agente do Ensino Desportivo do 1º. Grau (Monitor Nacional)" e, em 1996, terminei o " Curso de Agente do Ensino Desportivo do 2º. Grau (Instrutor Nacional)", ambos na modalidade de Aikido e ministrados pela Federação, sendo o segundo reconhecido internacionalmente pela "FEA, Fédération Européenne d'Aïkido" (França). Dentro desta modalidade, fui "Shodan Nacional" em 1995 (FPA), em 1997 "Shodan Aikikai" ("Aikikai So Hombu Dojo" - Tóquio), "Nidan Nacional" em 2000 (FPA) e "Sandan Nacional" em 2004 (FPA). No âmbito organizativo, em Portugal, tive ocasião de pertencer aos quadros dirigentes da "AKP, Associação Desportiva Aikikai de Portugal", da "FPA, Federação Portuguesa de Aikido" e da "ACPA, Associação Cultural Portuguesa de Aikido", sucessivamente como acessor e membro da Comissão/Conselho Técnico, do Conselho Fiscal e da Direcção. Internacionalmente, fui eleito, de 1995 a 2005, "Commissaire aux Comptes" da "FEA, Fédération Européenne d'Aïkido".
 
As Artes Marciais têm origem oriental e a língua utilizada é o japonês. Qual a origem do Aikido?
 
O Aikido foi desenvolvido por Morihei Ueshiba, a partir de várias Artes dos Samurai. O seu Fundador, "O Sensei" Ueshiba, começou por ser um homem muito violento, praticante e mestre de 18 Artes Marciais. Quando se converte espiritualmente, dá origem a esta Arte, que, sem ter competição, tem como vertentes principais, a harmonia e a energia. Se separarmos os elementos da palavra "AIKIDO", teremos "AI" (harmonia), "KI" (energia) e "DO" (via ou caminho). A energia do agressor deve ser harmonizada com a do defensor de um modo harmónico. Como este processo é muito complexo e difícil, verifica-se uma procura constante e potencialmente infinita, isto é, percorre-se durante toda a vida o caminho dessa harmonização. Por outro lado e dado que a eficiência técnica e marcial do Aikido tem tendência a ser, através da constante prática, sempre crescente, o verdadeiro Aikidoka vai adquirindo, face aos outros, um comportamento cada vez menos agressivo, mais tolerante e humano. Daí o Fundador ter apelidado, nos últimos anos da sua vida e da sua evolução, o Aikido como a "ARTE DA PAZ", pois permite e ensina a ter calma, paz e serenidade perante o agressor, controlando a situação sem perder a razão. Arriscaria afirmar que o Aikido é, nos tempos de hoje, a verdadeira interpretação do antigo Bushido, o código de conduta dos samurai.
 
Qual a importância do Aikido para a formação do praticante?
 
O Aikido é importante em vários campos. Desenvolve fisicamente o praticante, aumentando a coordenação motora, a resistência à fadiga e a potência muscular. Por outro lado, permite-lhe um crescente controle harmónico dos movimentos do seu dia-a-dia, na sua amplitude, velocidade e equilíbrio estático e dinâmico. No campo espiritual, a prática da modalidade modela e disciplina o carácter. Por um lado, a concentração exigida faz com que o praticante veja diminuida a tensão a que está sujeito diária e constantemente. O stress passa a ser controlado, os problemas são encarados de outra forma, consegue-se, digamos, uma "lavagem" do espírito. Por outro lado, a capacidade de controlar o nosso "exterior", conduz a um controle crescente do nosso "interior" e a um aperfeiçoamento do comportamento com os outros que nos rodeiam na sociedade, seja na família, na escola, no trabalho ou, simplesmente, na rua... O Aikido tem uma grande exigência de aperfeiçoamento e, ao contrário de outras modalidades, com competição e de equipa, o individualismo desta Arte ensina a contar somente consigo próprio, na previsão das situações, na velocidade e adaptabilidade das reacções e na honestidade dos comportamentos. Como disse, pretende-se aumentar a capacidade de utilizar as energias (KI), de uma forma acertada e harmónica (AI). Além disso, sendo o DO o caminho do aperfeiçoamento, o Aikido, transportado para a vida em geral, transmite uma filosofia de "vontade de constante melhoria", sempre com muita exigência e honestidade, consigo, com os outros e com as situações. Tenho experiências concretas de jovens (e não só...) que melhoraram a sua postura perante a vida e o nível dos seus valores (vida escolar, trabalho, família, comportamento) quando começaram a praticar Aikido. Essa disciplina deve ser transmitida pelo Sensei (instrutor e formador), o qual tem um papel importante na formação do praticante. Sendo uma arte marcial, importa incutir no praticante a confiança em si próprio, a capacidade de discernimento e de controlo que as situações exigem, quais os limites na prática das reacções. Por outro lado, o Aikido tem rituais que incutem o respeito pelas hierarquias, quer entre transmissor e receptor, quer entre todos os actores da sociedade.
 
Como está regulamentada a modalidade em Portugal?
 
Existem vários "estilos / escolas" de Aikido, seguidores de Organizações e de Mestres, com dimensão e âmbito mundial. Em Portugal existem diversos Clubes e várias Associações, umas federadas na "FPA - Federação Portuguesa de Aikido", outras independentes ou ligadas exclusivamente a estruturas internacionais. O nosso "C.N.G." está inscrito na "ACPA - Associação Cultural Portuguesa de Aikido", da qual fui fundador e de cuja Direcção e Conselho Técnico faço parte. Seguimos a linha do "Aikikai So Honbu Dojo", na pessoa do Mestre japonês Seiichi Sugano Shihan, 8º Dan Aikikai e, na Europa, o Mestre belga Antoine Vermeulen Sensei, 6º Dan Aikikai. Ambos estiveram recentemente em Portugal, tendo este último dado, no "C.N.G.", uma aula especial para os nossos Associados. Foi um sucesso de que nos podemos orgulhar...

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2006-02-19 - REUNIÃO EM CARCAVELOS

 
Caros Amigos,
 
Depois da última reunião, a tal em que não estive presente, foi marcada uma outra, a sexta, para hoje. Infelizmente, ninguém da ACPA esteve presente, pela simples razão que esta reunião coincidiu com o estágio que Antoine Vermeulen Sensei veio ministrar na SFUAP. O Senhor Presidente da nossa Associação teve ocasião de, como manda a boa educação, comunicar à estrutura dirigente da FPA que, por esse facto, não poderíamos estar presentes.
 
Pelo que julgo saber, esta parece que foi a última, desta fase. O que se conseguiu de mais importante foi, julgo eu, pôr todos a falar com todos, civilizadamente, à volta de uma mesa. Se os resultados que se vão alcançar são grandes ou pequenos, o tempo o dirá. Espero, naturalmente, que se consiga uma plataforma mínima de entendimento, que possibilite a continuação do diálogo e a obtenção de um caminho comum dos diversos estilos / escolas /grupos que praticam Aikido em Portugal.
 
Agora, conto ter acesso ao texto que materialize o que se abordou nestas reuniões, para que se entre na segunda fase, isto é, a sua aprovação como documento vinculativo dentro da estrutura federativa. Só depois aguardo, dos estilos / escolas / grupos, as decisões de entrada na FPA, como tinha ficado, desde o início do processo, acordado entre todos. Espero que essas entradas se verifiquem o mais rapidamente possível e que, depois de terem entrado, começem a exercer os seus direitos de intervenção activa nos destinos da FPA. Foi para isso que se trabalhou em conjunto nestas reuniões e que se abdicou de posições que foram absolutamente rígidas durante décadas. Ninguém pode, a partir de agora não estar presente, não colaborar na construcção do projecto que justificou todo este esforço de convergência.
 
Aguardemos os próximos tempos e saberemos ainda mais o que vai no íntimo de todos os dirigentes.
 
Francisco Leotte

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2006-02-19 - ESTÁGIO DE A. VERMEULEN SENSEI

 
Caros Amigos,
 
Mais uma vez tivemos o prazer de, numa impecável organização da SFUAP e da Direcção da ACPA, ter entre nós Antoine Vermeulen Sensei, num fim de semana arrasador. Foi fantástico o estágio, talvez um dos melhores, se não o melhor, a que jamais assisti. Esta não é só a minha opinião. Todos com quem falei elogiaram o Mestre e o seu espectacular trabalho.
 
Todos os presentes disseram o que já tive ocasião de escrever sobre este tema. Todos nós ficámos impressionados com o método da pedagogia, com o rigor da técnica, também enfim, com a simplicidade desconcertante das explicações. Tudo isto descontraidamente, alegremente, com uma enorme proximidade. Como tenho a certeza de que me iría repetir, optei por, nexte texto, não dizer mais nada sobre o assunto. Tudo o que já escrevi sobre os anteriores estágios de Vermeulen Sensei deveria ser aqui duplicado. E talvez fosse pouco...
 
Umas últimas palavras de parabéns à organização (SFUAP e ACPA) e principalmente aos Praticantes que se apresentaram em massa. Valeu a pena o esforço de um fim de semana fora da família. Verifico que todos sabiam o que vinham encontrar e saíram do estágio com as suas expectativas satisfeitas, atrevo-me a dizer, mais do que satisfeitas...
 
È assim que se constrói o Aikido.
 
Francisco Leotte

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2006-02-05 - REUNIÃO EM CARCAVELOS

 
Caros Amigos,
 
Há uma semana atrás, escrevi um texto (o quarto sobre o mesmo tema) no qual tentava partilhar as minhas esperanças, os meus receios, a minha sensibilidade sobre o que está passando nas reuniões que têm tido lugar, num hotel de Carcavelos, promovidas pela FPA, entre algumas das diversas sensibilidades ou grupos de Aikido existentes em Portugal.
 
Não vou repetir o que neles afirmei. Quem estiver interessado em seguir este assunto (obviamente, a minha opinião sobre ele), poderá consultar os textos que estão nesta secção, mais abaixo e por ordem cronológica.
 
Temo que o presente texto seja curto demais para a importância de que se reveste. Mas não pode ser maior porque não estive presente na reunião, nem ninguém me fez chegar às mãos, enquanto membro da Direcção da ACPA, qualquer resumo dos assuntos tratados (e eventualmente decididos), nem sequer do ambiente em que decorreu. Mas, afinal, o que é que sucedeu? Bem, isso é outra história... Vamos aos factos.
 
A reunião, a quinta, estava marcada para as 15h00, no tal hotel. A essa hora, responsavelmente, cheguei. Estavam já presentes quase todos os habituais participantes, no lobby, aguardando a chegada dos Senhores Presidente e Vice-Presidente da FPA, para que se pudesse iniciar a dita reunião, já que elas têm sido poe eles presididas, individualmente ou em conjunto. O tempo foi passando, os presentes começaram a perguntar o que se passava, foram tecidos alguns comentários jocosos àcerca da pontualidade portuguesa, em clima de boa disposição e de descontracção.
 
Mas tudo tem limites. Quando se passaram 20 minutos, o tais comentários jocosos passaram a declarações de intenção de abandono se, até às 15h30, nada se passasse, se não houvesse uma qualquer comunicação. Às 15h35, eu levantei-me e disse que me ia embora. E fui... Comigo, saíram também alguns dos presentes. Às 15h45, já quase à porta de minha casa, recebo um telefonema do Senhor Eduardo Tavares que me disse que, ele e o Presidente, estavam a caminho do hotel. Respondi-lhe que já estava quase em casa e que não iría voltar a fazer 15 kms. para regressar ao hotel, que não compreendia a razão do silêncio durante três quartos de hora, que os telemóveis servem também para avisar que se chega atrazado, transmitindo as urbanas justificações e desculpas, enfim, dei-lhe conta do meu desagrado pela falta de consideração pelas pessoas que tinham escolhido passar uma tarde ensolarada de um domingo dentro de uma sala de hotel a discutir o futuro do Aikido, em vez de estarem a fazer outra coisa qualquer com a família ou os amigos, certamente mais agradável.
 
Todos os intervenientes nestas reuniões são pessoas civilizadas e que, melhor ou pior, se conhecem há anos, que já têm estado juntos no tapete, que têm, do Aikido e do seu espírito, um conhecimento avançado. São, nas suas vidas profissionais, pessoas que partilham princípios de convivência e que, socialmente todos os aplicam. Assim, houve aqui uma falha. Mais... Reputo que essa falha foi grave por ter sido praticada pela Direcção da FPA, promotora inicial destes encontros, na medida em que o está em causa é a transformação das mentalidades que possibilitará (espero...) a futura união do Aikido em Portugal, que se deseja sem predominâncias, sem tentativas de domínio, sem controles, sem dicotomias paralizantes. Espero que, mesmo com incidentes (ou acidentes) deste género, o resultado final de todo este esforço seja positivo.
 
Por mim, continuarei a estar presente e colaborante.
 
Francisco Leotte

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2006-01-29 - REUNIÃO EM CARCAVELOS

 
Caros Amigos,
 
Tenho vindo, sob este título, dando conta do conteúdo das várias reuniões (e já lá vão 3, esta é a quarta...) que se têm realizado num hotel de Carcavelos e nas quais têm estado presentes quase todas as sensibilidades do Aikido em Portugal. Nos meus anteriores textos sobre esta matéria, tenho relatado, muito por alto, o que se tem passado, não no seu conteúdo, mas somente na forma, isto é, não me tenho preocupado em fazer uma descrição dos assuntos lá discutidos, mas, simplesmente, tenho tentado transmitir a minha sensibilidade sobre o que se tem passado, sobre as atitudes que tenho presenciado, sobre o que julgo estar a acontecer em termos da transformação das mentalidades que, julgo, se está operando na grande maioria dos intervenientes, enfim, na esperança de que se possa chegar, através deste processo, a plataformas de entendimento que permitam que haja, para o futuro, um diálogo entre todos, não dando aos "Velhos do Restelo" a ocasião de esfregar as mãos pelo insucesso, mas dando razão ao ditado que diz que "é a falar que a gente se entende"...
 
No dia de hoje, 29 de Janeiro, mais uma dessas reuniões teve lugar. Tudo o que tive ocasião de afirmar nos textos anteriores sobre o tema (de positivo, entenda-se) poderia ser repetido aqui. Avançou-se nos acordos de princípio, nos métodos das decisões, nas disponibilidades internas de todos. Ainda bem que este caminho está a ser trilhado...
 
Mas também os negativos têm vindo à tona. Não posso afirmar que sejam na realidade "negativos" no sentido exacto do termo... É mais um "neutro", um conjunto de falta de atitudes, uma sucessão de omissões, um sentimento de que "falta qualquer coisa" que se não pode definir, mas que se sente no ambiente geral... É certo que se vai avançando, que se vão discutindo os assuntos, que se encontram soluções e consensos. Mas o entusiasmo já não é o mesmo, o cometimento já não se nota muito, as intervenções já vêm por arrastamento... Esta é uma situação que reputo perigosa...
 
Seja como for, já ficou agendada a quinta reunião, a qual, se não for a última, será a antepenúltima. Penso que o que se conseguiu foi positivo, não tanto pelo seu conteúdo, mas mais pela alteração das mentalidades. Oxalá continuemos todos neste caminho. Faço votos que o futuro seja, a partir de agora, construído por todos em conjunto e que o Aikido, em Portugal, seja uma referência de harmonia entre os seus cultores. A harmonia constrói-se tijolo a tijolo, com trabalho e inteligência, com esforço e dedicação à causa. Mas também é verdade que se poderá destruir tudo muito rapidamente, se houver um passo mal dado, uma atitude impensada, uma tentativa de domínio, uma falta de paciência, enquanto tudo o que se construiu não estiver consolidado nos espíritos de todos.
 
Há que ter a consciência que este processo leva tempo, mas, também, que vale a pena...
 
Francisco Leotte

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2006-01-21 - ENCONTRO TÉCNICO E EXAMES

 
Caros Amigos,
 
Como estava programado, foi mais um Encontro Técnico promovido pela "ACPA, Associação Cultural Portuguesa de Aikido", desta vez dirigido pelo Agostinho Vaz, que, mais uma vez, provou a sua capacidade de ensinar, organizando, sistematizando e transmitindo os pequenos e grandes "segredos" do Aikido... Como sempre, correu num ambiente de muita alegria, com descontracção, mas com muita concentração.
 
Depois, vieram os exames para Shodan... Todos estavam com curiosidade, já que, para muitos, era a primeira vez que iríam assistir a exames de Dan, com toda a carga emocional que eles sempre carregam. Os examinandos, esses, embora aparentemente calmos, via-se que estavam nervosos. Quem não estaria?... No entanto, a sua concentração revelava-se (e revelou-se...) notável, fazendo transparecer a seriedade nos seus olhos e nos seus rostos...
 
Pessoalmente, quero partilhar convosco duas coisas. A primeira, é que dos dois candidatos, um, o João Batalha, tinha começado a praticar Aikido comigo quando eu era responsável pelo "Ginásio Corpos" nas Sete Casas (aliás um dos primeiros...) e o outro, o André Fiúza Costa, ainda é meu Aluno, neste "nosso" CNG. Estavam ali, portanto, duas pessoas que muito estimo, com quem passei centenas de horas no tatami (e ainda continuo a passar algumas...), com quem partilhei muita coisa boa e alguma coisa má. Acresce a isto, o facto que eles iríam ser, previsivelmente, os "meus" primeiros Shodan, os meus primeiros Alunos a passarem a cinto negro. Se, para alguns, isso nada significa, para mim, significava muito..
 
A segunda é que eu, pela primeira vez, iria fazer parte de um juri de graduações de Dan, com a quádrupla responsabilidade de, (um) ser a minha primeira vez, (dois) isto tudo se passar no "meu" CNG, (três), dois dos candidatos serem ou terem sido meus Alunos e com os quais ali, naquele momento, eu teria de ser completamente imparcial e objectivo no meu julgamento e (quatro), estes serem os primeiros cintos negros da "nossa" nova Associação, a "ACPA".
 
Não era fácil... E, confesso, estava (talvez...) tão nervoso quanto eles, pois estava ciente das responsabilidades do acontecimento. Mas, por outro lado, tinha a consciência tranquila, na medida em que já me tinha apercebido que eles tinham "crescido", que já tinham começado, há algum tempo, a trilhar, sòzinhos, o caminho do conhecimento, experimentando, interiorizando, descobrindo, adaptando, enfim, aprendendo...
 
Os exames deles dois e o da Alexandra Rodrigues, Praticante da SFUAP e com bastante experiência, foram muito bons. Houve falhas aqui e ali, onde o nervosismo e o cansaço imperavam (quem poderá dizer que não estava nervoso quando fez exame para Shodan?), mas, de um modo geral, não tenho, objectivamente, quaisquer dúvidas sobre a solidez do que está na base daquela "performance", dos conhecimentos, teóricos e práticos, que já detêm, da experiência que capitalizaram ao fim de todos estes anos de tapete.
 
No final, todos foram aprovados. Obviamente, face às provas que prestaram, não poderia haver outro desfecho... Eu, respirei de alívio quando tudo acabou, mas também estava muito satisfeito. Por eles, é claro e antes de mais, porque merecem, mas também por mim, pelo orgulho que senti em ver entrar para a "confraria" dois verdadeiros Aikidocas.
 
Sinto que este texto está muito piegas, com muita emoção a balizá-lo... Mas é assim... Não é todos os dias que se vivem estas experiências.
 
Ainda para mais, sendo a primeira...
 
Francisco Leotte

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2006-01-14 - PREPARAÇÃO PARA EXAMES

 
Caros Amigos,
 
Nestes últimos dois sábados, nos dias 7 e 14 de Janeiro, tiveram lugar duas sessões de preparação para exame Shodan. Muita sistematização, muitos pormenores, novas visões, muitos detalhes e comportamentos. Os candidatos, entre os quais o André Fiúza, do CNG, estiveram presentes, atentos às explicações, com o espírito aberto na responsabilidade de uma eminente prova de graduação. Os Instrutores "de serviço", o José Azevedo e Silva e o Agostinho Vaz não regatearam esforços nesta derradeira etapa de 1º Kyu, neste último esforço "antes do Rubicão"...
 
Todos colaboramos durante os treinos, convictos de que "temos de estar" ao lado dos protagonistas, que serão testados dentro de dias, naquele que é o acontecimento para que se prepararam, anímica, cultural e fisicamente, durante anos. E, estou certo, que desejaram alcançar, desde o primeiro dia em que pisaram o tatami.
 
Como por lá passei, sei o que isto significa.
 
Francisco Leotte

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2006-01-08 - REUNIÃO EM CARCAVELOS

 
Caros Amigos,
 
Mais uma vez houve uma reunião inter-Associações (a terceira) num hotel de Carcavelos. Se as duas primeiras foram bastante positivas, esta pareceu-me menos boa.
 
De facto, havia menos gente... A minha opinião é que as intrevenções foram menos participadas... É certo que se avançou bastante e que se chegaram a atingir acordos de um modo mais rápido. Mas a sensação com que eu fiquei não é tão positiva quanto os "resultados" alcançados. Posso estar a ser pessimista, mas essa foi mesmo a ideia que se me fixou na mente ao sair de lá. Pareceu-me que os intervenientes se mostraram crescentemente desinteressados se esta era a solução, se aquela era a posição final, se concordavam na totalidade ou só em parte. Pareceu-me também que repassou um clima de "deixa estar, que depois se muda", que não vale a pena estar agora a bloquear o processo.
 
Posso estar enganado, pois não estou dentro das cabeças das pessoas. Também devo confessar que, se todos fizessem finca-pé, não se chegaria a lado nenhum, que se o espírito reinante fosse esse, sem capacidade de cedências e de adaptações, nunca se evoluiria. Também é verdade que, se calhar, os intervenientes querem efectivamente atingir uma base mínima, aceitável por todos, que permita a sua entrada (e posterior intervenção) na vida da Federação.
 
Vamos aguardar pelas próximas sessões. Dadas as cedências a que se assistiu e as bases não polémicas em que se acordou, suspeito que o fim destas reuniões estará próximo. Talvez mais uma ou duas, a que certamente se seguirá uma de apresentação do texto final pela Direcção da FPA.
 
Atingida essa fase final, só resta às Associações externas a sua entrada na Federação Portuguesa de Aikido, pois, teoricamente, deixou de haver razões objectivas que impedissem a sua entrada. A partir daí, a sua intervenção, certamente menos crispada do que antes, mais construtiva e colaborante, poderá determinar o conseguir atingir um objectivo que, durante anos (permito-me dizer, durante muitos anos, anos demais...) foi considerado impensável. O de unir, sob a mesma bandeira, toda a Família aikidoca portuguesa.
 
Oxalá todos os intervenientes no processo cumpram o que prometeram, na devida ocasião, no último momento. Não colocar entraves irredutíveis, não executar acções que levem a pensar negativamente todo o processo, utilizando velhos métodos e defendendo estafados objectivos...
 
Por mim, estarei cá para ver e colaborar.
 
Francisco Leotte

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Clube Nacional de Ginástica
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